quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Ensino Nível Técnico Profissionalizante em Design

Algumas Instituições de Ensino optam em vez da oferta do Bacharelado em Design ou do Curso Superior Tecnológico em Design pela oferta do Curso de Design em Nível Técnico. A modalidade de Curso Técnico Profissionalizante em Design corresponde ao ensino nível médio. Normalmente, tais cursos são ofertados por Escolas, Colégios, Centros, Institutos e/ou Faculdades Profissionalizantes e equivalem, dentre as outras modalidades de ensino, a de menor carga horária na área (mínimo de 800 horas), conforme foi estipulado pelo Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, elaborado pelo Ministério da Educação, em 2008, a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio. O referido catálogo fora criado para nortear e estabelecer parâmetros de ofertas de cursos em nível técnico profissionalizante nas diversas áreas do conhecimento.

No caso do Design, estes cursos costumam ser estruturados para atender a setores específicos e pontuais de demandas de uma determinada região. Alguns cursos estão preparados por módulos de aulas e outros por disciplinas tradicionais. No caso de módulos a Instituição de Ensino pode proporcionar a entrega de certificados parciais ao final de cada módulo. Geralmente duram no máximo três anos, mas alguns cursos estão formulados para se concluir em dois anos. Outros cursos se apresentam com carga horária extensa chegando a atingir mais de 3.000 horas algo muito além dos cursos de bacharelado ou tecnológicos em nível de graduação e ensino superior. A grande vantagem dessa modalidade de oferta diz respeito, quando o curso se apresenta de uma forma rápida de conclusão, pois abastece o mercado profissionalizante com maior agilidade. Entretanto, o maior problema detectado nessa modalidade de oferta diz respeito à sobreposição de função do projetista com o profissional bacharel, pois muitos dos cursos ofertados possuem algumas disciplinas ou alguns módulos projetuais. E, nesse caso, quase sempre uma baixa carga horária projetual não qualifica a contento um projetista de alto nível ou aquilo que se espera da função e da responsabilidade de projetar produtos industriais.

Segundo o próprio Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, no que tange à temática Produção Cultural e Design as possibilidades de ofertas no nível técnico ficaram assim estabelecidas:

- Técnico em Arte Circense;
- Técnico em Arte Dramática;
- Técnico em Artes Visuais;
- Técnico em Artesanato;
- Técnico em Canto;
- Técnico em Composição e Arranjo;
- Técnico em Comunicação Visual;
- Técnico em Conservação e Restauro;
- Técnico em Dança;
- Técnico em Design de Calçados;
- Técnico em Design de Embalagens;
- Técnico em Design de Interiores;
- Técnico em Design de Jóias;
- Técnico em Design de Móveis;
- Técnico em Documentação Musical;
- Técnico em Fabricação de Instrumentos Musicais;
- Técnico em Instrumento Musical;
- Técnico em Modelagem do Vestuário;
- Técnico em Multimídia;
- Técnico em Paisagismo;
- Técnico em Processos Fotográficos;
- Técnico em Produção de Áudio e Vídeo;
- Técnico em Produção de Moda;
- Técnico em Publicidade;
- Técnico em Rádio e Televisão;
- Técnico em Regência.

Após estabelecer contato próximo com alunos de cursos técnicos em Design temos observado uma sensação de “inferioridade” dos freqüentadores, pois o pouco tempo de formação e o nível de ensino técnico não o habilita a se tornar um profissional com a credibilidade, reconhecimento e notoriedade do bacharel em Design. Estabelecendo uma analogia: um técnico de enfermagem não possui as mesmas competências de um graduado em enfermagem. A formação de técnico profissionalizante em Design tem relevância, sim, mas talvez o foco de sua formação deva estar mais associado ao perfil de um profissional auxiliar em projetos em vez do profissional responsável pelos projetos. Acreditamos que o profissional técnico em Design, pertencente às equipes de projeto, deva ter o papel de executor de projetos, enquanto que o bacharel, a função de consultor ou líder das equipes.

Portanto, responsabilidades como produção de sistemas de representação, execução de modelos físicos e virtuais, simulação de testes e ensaios, conhecimento de processos de fabricação e de produção, entre outras a serem definidas por cada equipe, podem ser de domínio dos profissionais Técnicos em Design.


Para maiores pesquisas consulte:

CATÁLOGO NACIONAL DE CURSOS TÉCNICOS. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, 2008. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12351&Itemid=717