quarta-feira, 10 de junho de 2015

Principais habilidades e competências do designer industrial

Após anos de experiências com design industrial e ensino projetual gostaria de salientar e dar destaque, como parte de dicas aos futuros e interessados profissionais da área, àquelas principais habilidades as quais se fazem necessárias para se atingir uma sólida competência profissional. Digo isto, pois as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) de Design se configuram e apontam para uma formação generalista. Os cursos de design ao adotarem esta premissa em suas grades e perfis curriculares acabam por desviarem o foco da especialidade em algo para o conhecimento superficial em tudo. Embora, acredita-se que isto não seja uma justificativa para que os cursos superiores deixem de ofertar as práticas ou espaços pedagógicos específicos ou especializados. Mas, as pessoas possuem, naturalmente, estilos, gostos e preferências próprias. Há quem goste ou se identifique mais com a moda, com a comunicação, com os espaços ou com os artefatos. Isto quer dizer, respectivamente, um interesse natural por Design de Moda, Design Gráfico, Design de Interiores ou Design Industrial. Portanto, como acredito que seja impossível preparar alguém em cerca de quatro anos para dar conta com a mesma intensidade, competência, profissionalismo, segurança, dentre outros aspectos, em áreas tão diferentes recomenda-se enormemente que os interessados em algo específico recorram por conta e iniciativa própria de sua preparação e fortalecimento naquilo que mais lhes prende o interesse e a sua motivação natural. Destaca-se neste espaço aquelas habilidades mais prioritárias para o design industrial: - Domínio da representação e linguagem gráfica bi e tridimensional (observacional, de composição e técnica); - Domínio das modelagens física, espacial e virtual; - Domínio do processo criativo; - Domínio da oratória e escrita (instrumental, técnica e projetual); - Domínio dos métodos projetuais; - Domínio do ato de projetar ou da projetação. - Domínio do conhecimento de informações inerentes às demais áreas e temáticas que permeiam o desenvolvimento de artefatos industriais (ergonomia, física, estruturas, mecanismos, processos, matérias-primas, sistemas e tecnologias, dentre outras.). Se você deseja algo mais específico dentro do campo do design industrial, por exemplo, design de automóveis, de eletrodomésticos, de brinquedos, de mobiliário etc., procure cursos (ainda que breves), concursos ou outras oportunidades onde a aquisição de novas informações e práticas sobre tais temáticas possam lhes acrescentar experiências e novos aprendizados. Este rol de habilidades ajuda a moldar o perfil de um indivíduo em: ser mais criativo; ter maior controle em desenhos e representações; saber defender e narrar o projeto; operacionalizar inovações e ferramentas tecnológicas; demonstrar segurança e confiança durante a projetação; saber dialogar e transitar entre áreas inter, trans, pluri e multidisciplinares. Certamente, esta dica não é uma “fórmula” nem tem atestado seu grau de eficiência. Até porque depende de muitas variantes externas e que são próprias de cada indivíduo ou são bastante imprevisíveis de se prever. Por exemplo, junte-se a isso tudo questões como disciplina, obstinação, foco, interesse, responsabilidade, ética, humildade e profissionalismo, para não citar outras características, as quais fazem a diferença entre um designer industrial de excelência ou apenas mais um designer graduado. Portanto, invista tempo e esforços em buscar “reforços” naquilo que mais lhes será cobrado durante sua vida profissional.