terça-feira, 24 de maio de 2016

O desconhecimento da multifacetada formação do designer industrial

A área intitulada Design Industrial, tem em sua essência, a inter, a trans, a multi e a pluridisciplinaridade com as diversas áreas do conhecimento humano. A formação de um bom designer industrial continua transitando entre as várias disciplinas das ciências humanas, das ciências exatas, das ciências sociais aplicadas e das tecnologias. O designer industrial precisa equacionar, por exemplo, as questões tecnológicas, artísticas, técnicas e humanas envolvendo os artefatos. Para os designers industriais isso é bem claro! No entanto, como os outros nos enxergam? Será que somos bem compreendidos? Por incrível que pareça o desconhecimento das potencialidades dos designers industriais se inicia já na academia e se prolonga no mundo do trabalho. Portanto, se você é ou foi estudante, docente ou gestor de um curso de design industrial em alguma IES brasileira sabe do que estou comentando. Lembro-me que pelos anos 2000, quando comecei a atuar no ensino superior de design industrial em uma tradicional universidade do Rio Grande do Sul cheguei a esta conclusão. Na época, idealizou-se um escritório (agência) de design vinculada ao curso de Design de Produto. Lá, fiz os primeiros esboços do que estarei apontando aqui: mapeei todos os cursos da IES, das diferentes áreas do saber humano e fiz uma lista de tópicos, direcionada a cada curso, sobre as possibilidades de como nossa área poderia desenvolver produtos para cada uma delas. Por exemplo, a área de Pedagogia pode solicitar ou desenvolver artefatos e jogos educativos e pedagógicos em conjunto com a área de design industrial e, assim, por diante. Em seguida, fiz um trabalho de “formiguinha” visitando as coordenações dos cursos para explicar de modo mais detalhado nossa atuação, perfil, trânsito e proximidade com as áreas. Isso rendeu alguns “frutos”! Não se prolongou muito devido a minha saída da IES para assumir outro curso no estado de Santa Catarina. Não sei se os outros que ficaram por lá deram continuidade neste trabalho. Mas, posso assegurar que foi uma experiência ímpar para mim! Fica então aqui a “deixa” para todos os interessados desencadearem esse processo em suas instituições de ensino. Pode ser por intermédio de uma agência de design, uma empresa júnior, um projeto de extensão ou outra modalidade acadêmica. Depois de alguns anos passados gostaria de ouvir os relatos daqueles casos implantados. Esta iniciativa, embora, seja lenta e gradual, mas é mais profunda que uma simples publicidade ou peça de marketing. Desejo um bom trabalho em prol da divulgação real e do estabelecimento concreto do design industrial na academia.